Menos contratos, mas rendas mais caras: preços disparam 11%

Arrendar casa é uma tarefa cada vez mais difícil em Portugal. Seja pela escassa oferta, que não consegue dar resposta à procura, seja pelos preços, que continuam a subir mês após mês. No segundo trimestre de 2023, as rendas das casas voltaram a aumentar, desta vez 11% em termos homólogos, fixando-se no valor mediano de 7,27 euros por metro quadrado (m2), um novo recorde nacional. Em sentido contrário, foram celebrados menos contratos de arrendamento. Trata-se de uma quebra de 1,2% no número de documentos assinados, face a igual período do ano passado.

Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que no 2º trimestre de 2023, “a renda mediana dos 20.750 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares em Portugal atingiu 7,27 euros/m2”, um valor que representa um aumento de 11% face ao período homólogo de 2022, “sendo a variação homóloga mais elevada desde o 2º trimestre de 2021”, indica o boletim publicado esta quinta-feira, 28 de setembro de 2023. Relativamente ao trimestre anterior, a renda mediana do 2º trimestre de 2023 aumentou 7,7%.

Trata-se do maior valor mediano das rendas registado nos últimos anos. Pelo menos desde 2020, ano marcado pelo início da pandemia de covid-19.

Menos 5.000 contratos assinados face ao 1º trimestre de 2023

De abril a junho de 2023, o número de novos contratos de arrendamento (20.750) foi menor que o registado no mesmo trimestre de 2022 (21.005 novos contratos), representando uma diminuição da atividade de arrendamento de -1,2%. Face ao trimestre anterior – onde foi atingido o maior número desde 2020, no total de 25.245 novos contratos –, a quebra é ainda mais evidente: em termos absolutos, foram assinados menos 4.495 documentos.

De acordo com o boletim do INE, no 2º trimestre de 2023, onze dos 24 municípios com mais de 100 mil habitantes, apresentaram taxas de variação homóloga do número de novos contratos, superiores à nacional (-1,2%), sendo que em apenas nove houve aumentos, destacando-se com valores superiores a 10%:

  • Santa Maria da Feira (+19,8%);
  • Seixal (+16,3%),
  • Guimarães (+12,9%)
  • e Vila Nova de Famalicão (+12,7%).

Por outro lado, o número de novos contratos decresceu em treze municípios, evidenciando-se o Funchal (-21,7%) e Lisboa (-19,0%)

Rendas aumentaram em quase todas as sub-regiões do país

Face ao primeiro trimestre de 2023, a renda mediana aumentou em 22 das 25 sub-regiões, tendo decrescido nas sub-regiões Terras de Trás-os-Montes (-2,3%) e Alentejo Central (-2,2%) e mantido o valor nas Beiras e Serra da Estrela. O maior crescimento registou-se no Ave (+14,1%). A renda mediana também aumentou nas áreas metropolitanas de Lisboa (+7,5%) e Porto (+7,8%) .

valor das rendas situou-se acima do valor nacional em quatro regiões:

  • Área Metropolitana de Lisboa, que apresentou um valor mediano de 11,03 euros/m2;
  • Algarve, onde arrendar casa custou em termos medianos 8,35 euros/por m2;
  • Região Autónoma da Madeira, a renda nesta região fixou-se nos 8,04 euros por m2;
  • Área Metropolitana do Porto, onde a renda mediana chega aos 7,87 euros por m2.

No 2º trimestre de 2023, duas das quatro sub-regiões com valores medianos de rendas superiores ao nacional – Algarve e Área Metropolitana do Porto –, registaram variações homólogas superiores à observada para o conjunto do país (+11,0%), tendo a Área Metropolitana de Lisboa (+10,9%) e a Região Autónoma da Madeira (+9,4%) registado variações inferiores à do país.

Fonte: Idealista.